Liderança Indígena defende demarcação de terras como pauta climática – @agenciabrasil
O penúltimo dia do G20 Social foi marcado pela realização de três plenárias simultâneas. Uma delas, dedicada à sustentabilidade, mudança do clima e transição justa.
Nesta plenária, realizada no Armazém 3, na Região Portuária, os debates foram abertos pela francesa Laurence Tubiana, negociadora chefe do acordo de Paris, que chegou direto da COP29 para participar do Fórum no Rio. Ela destacou os impactos das mudanças climáticas e a necessidade de reduzir os gases de efeito estufa, com transição energética e justiça social.
Segundo Laurence Tubiana, os principais impactados pelas alterações do clima são as populações mais pobres e periféricas dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Ela ainda reforçou a necessidade de participação da sociedade civil nas decisões, e a importância do G20 Social como um espaço participativo.
Também presente na plenária, Marciely Tupari, liderança indígena de Rondônia, destacou a necessidade de a demarcação de terras estar na pauta climática:
“O que a gente tá debatendo enquanto movimento indígena é que o estado brasileiro coloque como pauta principal a questão da demarcação dos territórios indígenas como uma pauta climática. Como sempre é colocado nas negociações e como já foi comprovado, nós, povos indígenas, somos 5% da população mundial, mas nós preservamos 80% de toda a biodiversidade do planeta”.
Outra participante, Adriana Marcolino, diretora técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), reforçou que os trabalhadores e trabalhadoras são os principais afetados pelas mudanças climáticas e os que menos têm recursos para lidar com as alterações do clima. Sobre os eventos climáticos extremos, sustentou a necessidade de medidas que assegurem que os mais pobres e vulneráveis não paguem pelas políticas de alteração climática geradas especialmente pelos mais ricos e poluidores.
Já o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, falou sobre como a agricultura familiar brasileira pode contribuir para a aliança global:
“O Brasil tem o Pronaf, tem o Programa de Aquisição de alimentos, o Programa Nacional de Alimentação Escolar, tem o Programa de Compras Institucionais. O Brasil tem um grande programa voltado à reforma agrária. Todos esses programas são importantes para o Brasil e são exemplos que o Brasil pode oferecer para o mundo todo.”
Por sua vez, o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, exaltou o avanço das agendas em debate no G20. Principalmente a importância da participação da sociedade civil neste processo de formulação de políticas públicas para um mundo sustentável.
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