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Grupo rebelde declara cessar-fogo humanitário na RD do Congo – @gazetadopovo



O grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) declarou nesta segunda-feira (3) um cessar-fogo humanitário no leste da República Democrática do Congo a partir desta terça-feira (4), uma semana depois de tomar a cidade estratégica de Goma após dias de intensos combates contra o exército congolês.

Em um comunicado, a Aliança do Rio Congo (AFC-M23, em francês), uma coalizão político-militar congolesa que inclui o M23, declarou que, “em resposta à crise humanitária provocada pelo regime de Kinshasa, declara um cessar-fogo a partir de 4 de fevereiro de 2025, por razões humanitárias”.

Depois de conquistar Goma, capital da província de Kivu do Norte, com cerca de 2 milhões de habitantes, o AFC-M23 disse que o grupo rebelde não tem intenção de tomar Bukavu, capital da vizinha Kivu do Sul, com pouco mais de 1 milhão de habitantes, onde avançou na semana passada.

“É necessário deixar claro que não temos intenção de capturar Bukavu ou outras áreas. No entanto, reiteramos nosso compromisso de proteger e defender a população civil e nossas posições”, declarou.

Os insurgentes também condenaram “o uso contínuo pelas FARDC (Forças Armadas da República Democrática do Congo) de aeronaves militares no aeroporto de Kavumu (cidade de Kivu do Sul), onde carregam bombas que matam nossos compatriotas nas áreas liberadas”.

Por fim, eles pediram à SAMIDR, a missão de manutenção da paz do bloco regional da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que “retire suas forças da República Democrática do Congo”, pois “sua missão não se justifica mais”.

A declaração foi feita depois que o presidente do Quênia, William Ruto, anunciou que os chefes de estado da Comunidade da África Oriental (EAC) e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) realizarão uma cúpula conjunta na Tanzânia no próximo sábado (8) para tratar do conflito crescente.

Ao menos 900 pessoas foram mortas nos combates entre o exército congolês e o M23 em Goma e arredores, informou o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) nesta segunda-feira.

Há exatamente uma semana o M23 conseguiu ocupar Goma, onde estão sediadas ONGs internacionais e instituições da ONU.

A atividade econômica começou a ser retomada gradualmente na cidade, e alguns moradores voltaram a ter fornecimento de energia elétrica, mas ainda é difícil conseguir água potável.

Essa não é a primeira vez que o M23 ocupa Goma: os rebeldes assumiram o controle da cidade por dez dias em 2012, até que a pressão internacional forçou sua retirada.

A ofensiva do M23 – um grupo armado formado principalmente por tutsis que sofreram com o genocídio em Ruanda em 1994 – aumentou as tensões com a própria Ruanda, com o governo congolês acusando o país vizinho de apoiar o M23.

Por sua vez, Ruanda e o M23 acusam o exército congolês de cooperar com as Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR), um grupo fundado em 2000 por líderes do genocídio e outros ruandeses exilados para recuperar o poder político em seu país, uma colaboração que também foi corroborada pela ONU.

A atividade armada do M23 foi retomada em novembro de 2021 com ataques relâmpagos contra o exército congolês em Kivu do Norte e, desde então, avançou em várias frentes até chegar à Goma. 

O anúncio do cessar-fogo na RD do Congo foi comemorado pelo G7 (grupo de países formado por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos) juntamente com o Alto Representante da União Europeia (UE) que, em comunicado, condenaram “veementemente” a ofensiva do M23 no leste RD do Congo e pediu “proteção urgente dos civis”.

O G7 também exigiu “o fim de todo apoio direto e indireto ao M23 e a todos os grupos armados não estatais na RDC”.

“Esta ofensiva representa um desrespeito flagrante à soberania e integridade territorial da RDC. Além disso, condenamos a intenção do M23 de continuar sua expansão para o sul de Kivu”, cita a nota. “Exigimos que o M23 se retire de todas as áreas sob seu controle. Também instamos todas as partes a se comprometerem plenamente com uma resolução pacífica e negociada do conflito”, enfatiza.



Acesse esta notícia no site do Gazeta do Povo – Link Original

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