General admite que queda de Assad foi uma derrota para o Irã – @gazetadopovo
Um importante general da Guarda Revolucionária do Irã, identificado como Behrouz Esbati, admitiu publicamente na semana passada que a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria foi uma dura derrota para Teerã.
Esbati admitiu isso durante declarações feitas em um evento realizado na mesquita Valiasr, na capital do regime islâmico. As falas do general foram veiculadas pelo jornal americano The New York Times.
O posicionamento de Esbati marca uma ruptura significativa com a postura oficial do regime iraniano, que vinha minimizando o impacto da queda de seu principal aliado na região.
“Não considero perder a Síria algo de que se possa ter orgulho”, afirmou Esbati em uma gravação de áudio divulgada pela Abdi Media, um site de notícias com sede em Genebra. “Fomos derrotados, e derrotados de forma muito séria. Sofremos um golpe muito grande e tem sido extremamente difícil”, completou o general.
Ruptura com a linha oficial do Irã
Desde a queda de Assad, autoridades iranianas, incluindo o presidente do regime islâmico, Masoud Pezeshkian, vinham prometendo respeitar qualquer solução política definida pelo povo sírio. No entanto, Esbati foi na contramão dessa narrativa ao reconhecer abertamente a gravidade da situação e a frustração de Teerã em relação à cooperação com o regime de Assad antes de sua queda.
Apesar de lamentar a queda do ditador sírio, o general revelou que a relação entre o Irã e Assad havia se deteriorado nos meses que antecederam sua saída do país. Segundo ele, Assad rejeitou diversas propostas iranianas para abrir, através de seus grupos terroristas, uma frente militar contra Israel a partir do território sírio, especialmente após o ataque terrorista realizado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.
Esbati diz que o Irã apresentou “planos abrangentes” de como poderia usar seus recursos militares na Síria para atacar Israel, mas Assad não deu andamento às propostas.
Críticas à Rússia
O discurso também trouxe à tona fortes críticas à postura da Rússia, que teoricamente é uma aliada de Teerã neste momento. Esbati acusou Moscou de enganar o Irã ao afirmar que suas forças aéreas estavam bombardeando rebeldes sírios, quando na verdade os alvos eram campos vazios. Ele também revelou que, durante os ataques israelenses contra alvos iranianos na Síria, os russos teriam “desligado os radares”, facilitando as ofensivas de Israel.
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