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Como será a escolha do substituto de Biden na eleição americana – @gazetadopovo



Com a desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de concorrer à reeleição, o Partido Democrata deve definir, em menos de 30 dias, quem o substituirá na corrida contra o ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano. Neste domingo (21), logo após anunciar que deixou a disputa, Biden declarou apoio à vice-presidente, Kamala Harris, para sucedê-lo. Mas esse apoio não basta para que ela seja a escolhida.

Entenda, nessa reportagem, como será o processo de definição do novo candidato democrata.

Quando o Partido Democrata deve escolher o substituto de Biden?

No máximo até 19 de agosto, quando está marcada a convenção nacional do Partido Democrata. Nessa data, os 3.949 delegados do partido espalhados pelo país estarão aptos a votar em pré-candidatos que desejem disputar a cabeça de chapa.

O apoio de Biden a Harris não garante que ela será a vencedora, pois os delegados são livres para escolher, embora quase todos sejam aliados do presidente americano.

Se nenhum dos outros interessados conquistar a maioria dos votos, são realizados turnos subsequentes, mas agora com a participação de 747 superdelegados (lideranças do partido e autoridades eleitas), até que haja maioria em favor de um candidato.

Mas uma votação assim poderia abrir um racha no partido, e é possível que, se houver consenso em torno de um nome, antes da convenção, ele seja aclamado como candidato. Após o desempenho sofrível de Biden no debate contra Trump, no início deste mês, os democratas já queriam realizar uma votação virtual entre delegados, no início de agosto, para confirmar ou não sua nomeação; agora, poderão optar por outro nome, se houver consenso.

Quem são os potenciais candidatos democratas que podem enfrentar Trump?

Recente pesquisa do jornal Washington Post, da rede ABC News e do instituto Ipsos mostrou que 29% dos eleitores democratas e independentes com tendências democratas preferem Kamala Harris como substituta. Outros 7% optam pelo governador da Califórnia, Gavin Newsom; 4% mencionaram a ex-primeira-dama Michelle Obama; 3% falaram no secretário de Transportes, Pete Buttigieg; outros 3% querem a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer.

Caso não haja consenso em torno de um nome, que poderia ser referendado na votação virtual antes da convenção, todos esses pré-candidatos poderiam fazer campanha para buscar apoio dos 3,9 mil delegados do Partido Democrata. Isso poderia reduzir ainda mais a chance de vitória dos democratas contra Trump, uma vez que cada pré-candidato gastaria tempo para enfrentar rivais internos e sofrer críticas deles, enquanto o ex-presidente faria campanha livre.

Analistas observam que os democratas terão mais chances de permanecer na Casa Branca se escolherem um nome antes da convenção, que unifique o partido e mostre maior capacidade de enfrentar Trump, que é favorito.

Kamala Harris teria mais votos que Biden para vencer Trump?

Um conjunto de pesquisas analisado pelo Washington Post mostra que Kamala Harris poderia se sair melhor que Biden na disputa contra Trump, mas ainda assim perderia. Em 11 pesquisas pós-debate analisadas pelo jornal, Trump superou Biden em 1,9 pontos percentuais em média, e superou Harris em 1,5 ponto. Quatro pesquisas mostraram Harris com uma votação ligeiramente melhor do que Biden, quatro ligeiramente pior e três não mostraram diferença.

E o dinheiro de campanha, como fica?

Segundo o The New York Times, nos últimos dois anos, Biden e Harris conseguiram atrair doações que totalizam US$ 240 milhões (R$ 1,3 bilhão) para o Comitê Nacional Democrata e várias organizações democratas estaduais. A maior parte desse montante poderá ser redirecionada para o novo candidato democrata, de acordo com o jornal.

Desse total, US$ 91 milhões (R$ 509 milhões) foram diretamente para a campanha de Biden e Harris. Se ela for escolhida como candidata, o dinheiro vai para sua campanha. Se for definido outro candidato, o dinheiro pode ser devolvido aos doadores, o que é “altamente improvável”, segundo o New York Times, ou transferido para um “super PAC federal”, um comitê de ação política, que também pode investir o dinheiro na campanha.

Qual a última vez que um presidente dos EUA desistiu de tentar a reeleição?

Em 1968, Lyndon Johnson anunciou em 31 de março a desistência de tentar manter-se na Presidência dos Estados Unidos. Naquele ano, os democratas optaram por uma convenção aberta, em que vários pré-candidatos do partido disputaram o posto. O então vice-presidente Hubert Humphrey foi escolhido, mas perdeu a disputa presidencial para Richard Nixon, do Partido Republicano.



Acesse esta notícia no site do Gazeta do Povo – Link Original

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