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Ensino a distância cresce 474% em 10 anos – @gazetadopovo



Os estudantes do ensino superior continuam optando cada vez mais pela educação a distância (EAD), segundo dados do Censo da Educação Superior de 2021 divulgados, nesta sexta-feira (4), pelo Inep, órgão do o Ministério da Educação (MEC). O número de ingressantes na opção EAD aumentou 474%, de 2011 a 2021. Somente no ano passado, foram mais de 3,7 milhões de alunos matriculados na modalidade a distância tanto público como privada, o que equivale a 41,4% do total. Pela primeira vez, o número de matrículas em cursos a distância na rede privada superou o de curso presencial.

“Esse aumento é uma tendência para os próximos anos, pois o cenário da pandemia alavancou muito o ensino a distância. É um caminho sem volta”, disse Eduardo Gomes, secretário adjunto de Educação Superior.

Com o aumento expressivo do ensino a distância , o presidente do Inep, Carlos Eduardo Moreno destacou que esse tipo de ensino somente será eficiente se for de qualidade. “A supervisão, a regulação e a avaliação passam a ser essenciais para induzir a melhoria dos cursos. É um momento muito propício para essa reflexão, considerando o diagnóstico apresentado pelo censo”, disse.

Em 2021, o ensino superior, tanto na rede pública como privada, contabilizou mais de 8,9 milhões de estudantes matriculados. O curso que aparece com maior taxa de ocupação das vagas, em ambas as redes, é Medicina, com mais de 90% das vagas ofertadas ocupadas.

Nos cursos de licenciatura – formação de professores – o censo mostrou que mais da metade das vagas não são preenchidas e as matrículas na modalidade à distância (61%) superam a presencial (39%). Dentre os cursos de licenciatura, prevalece Pedagogia com quase metade dos alunos matriculados, 47,8%.

A distribuição dos ingressantes por grau acadêmico no ultimo ano foi 55% em bacharelado, 30% em tecnológico e 15% na licenciatura.

Estudantes com bolsa ou financiamento

O número de estudantes com algum tipo de bolsa ou financiamento na rede privada reduziu, em comparação aos últimos anos, atingindo quase o patamar de 2013, quando 37,2% dos estudantes tinham alguma bolsa. Em 2021, o percentual de matrículas com bolsa foi de 38,1%. O maior percentual de bolsas foi registrado em 2018 com 46,8%.

Entre as opções de bolsa ou desconto, os estudantes têm como opção o Fies – sistema de financiamento estudantil, o PROUNI – bolsas de estudo, ou outros tipos de financiamento oferecidos pelas faculdades. O censo aponta que, em 2021, 75% das matrículas correspondiam a outros financiamentos, enquanto 17% são do PROUNI e 8% do FIES.

Metas do Plano Nacional de Educação (PNE)

Apesar dos avanços no ensino superior, o Brasil está longe de atingir a Meta 12 do Plano Nacional de Educação que encerra em 2024, que prevê a elevação da taxa de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos. A taxa em 2021 chegou a 39,3% e 19,7%, respectivamente.

Segundo Moreno, “o país teria que conseguir 2,5 milhões de novas matrículas para alcançar a meta 12, o que poderia levar quase 10 anos”.

Para o secretário Gomes, essa meta pode ser alcançada com o programa Reuni Digital, que amplia o acesso e fomenta a permanência dos discentes na educação superior, por meio da educação a distância. “Passaria a ter um maior número de matrículas e potencializaria o ensino a distância, aumentando o tempo de estudo e de escolaridade das pessoas”, disse.

O Censo da Educação Superior reúne informações sobre as instituições de ensino, cursos, docentes e alunos, e é realizado todos os anos pelo Inep. Os dados são fundamentais para o desenvolvimento de políticas públicas e a distribuição de recursos.

Confira os principais dados do Censo da Educação Superior 2021:

  • Existem no Brasil 2.574 instituições de ensino superior, sendo 76,4% faculdades;
  • 96,4% das vagas foram ofertadas pela rede privada, e 3,6% pela rede pública;
  • Número de matrículas chegou a mais de 8,9 milhões; 
  • As mulheres correspondem ao maior número de ingressantes e formandos no ensino superior, são 77,9% somente na área da Educação;
  • O número de alunos com deficiência ou transtornos em cursos de graduação não chega a 1%;
  • Mais de 227 mil professores que atuam na Educação Básica frequentam um curso superior no Brasil, apenas 33% não têm formação superior e 26% frequentam cursos que não são de licenciatura;
  • O Brasil conta com 17.947 estudantes estrangeiros, em seus cursos de graduação, de 172 nacionalidades diferentes.
  • Nos cursos presenciais, a maioria dos estudantes optam pelo turno noturno, o que corresponde a 54,5%. Porém, esse número veio caindo nos últimos anos, o que mostra uma preferência desses estudantes para o ensino à distância;



Acesse esta notícia no site do Gazeta do Povo – Link Original

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