Haddad nega interrupção do Pé de Meia e avalia cenário para baratear alimentos – @gazetadopovo

Segundo Haddad, o governo está em conversa e “o encaminhamento que está sendo dado não vai interromper o pagamento”. A declaração foi feita após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros ministros.

No mesmo dia da decisão do TCU, a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou recurso para defender a destinação do programa Pé-de-Meia, considerado uma das principais bandeiras do governo do presidente Lula. De acordo com a AGU, não há “ilegalidade” na transferência dos recursos e “o bloqueio das verbas pode inviabilizar a continuidade do programa social de fundamental importância para manutenção de alunos em escolas públicas”. 

Haddad garantiu que proposta de colocar o programa no Orçamento da União, como quer o TCU, foi apresentada pela Fazenda há meses e agora está em fase de transição. “O que falei aos ministros é que todos os encaminhamentos estão sendo feitos para garantir a continuidade do programa”, reforçou o ministro.

Com os rumores sobre as ações do governo federal para baratear o preço dos alimentos, o ministro Fernando Haddad negou qualquer mudança nas regras de validade. Ele disse que a queda de preços será impulsionada pela safra recorde prevista para este ano e pela recente desvalorização do dólar.

“Vamos ter uma grande safra, e o dólar entrou em trajetória de queda, ainda que possa ser impactado momentaneamente por especulações. Commodities como leite, café, carne e frutas serão diretamente beneficiadas”, explicou o ministro.

Na última segunda (20), Lula deu um puxão de orelha nos ministros, afirmando que “os alimentos estão caros na mesa do trabalhador”.

“Todo ministro sabe que o alimento tá caro e uma tarefa nossa garantir que chegue na mesa do povo trabalhador, da dona de casa, na mesa do povo brasileiro, em condições compatíveis com o salário que ele ganha”, disparou.

A bronca de Lula aos ministros foi dada dias depois de uma pesquisa apontar que mais da metade dos brasileiros sentiu um aumento de preços dos alimentos nos supermercados desde que ele voltou ao poder.

Outra possível medida apontada por Haddad para reduzir o preço dos alimentos seria mudanças no Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT). “Entendemos que há espaço para queda do preço de alimentação, tanto do vale-alimentação quanto do vale-refeição. Eu acredito que nós temos um espaço para melhorar a qualidade do PAT entre 1,5% e 3%”, declarou o petista.

Haddad ainda acrescentou que existe espaço para regulação, por meio do Banco Central. “Eu penso que tem um espaço ali, regulatório, que caberia ao Banco Central, já pela lei, mas que não foi feito até o término da gestão anterior. Eu penso que há um espaço regulatório que nós pretendemos explorar no curto prazo”, afirmou.

O presidente Lula se reuniu com alguns ministros nesta quinta (23) para tratar sobre o assunto. Uma próxima reunião já está marcada para às 9h desta sexta-feira (24), na residência oficial da Granja do Torto.