Manifesto internacional repudia censura a livros – @agenciabrasil
Um manifesto em defesa da liberdade de expressão foi lançado nesta quinta-feira (14) por organizações internacionais de autores, editores, livreiros e bibliotecas. O documento é uma reação aos crescentes episódios de restrição e censura de livros no mundo.
No Brasil, o caso mais recente envolveu o livro O Avesso da Pele, do escritor Jeferson Tenório, censurado em escolas de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Tudo começou quando a diretora de uma unidade a afirmou em um vídeo que a publicação usa palavras de “baixo calão” e descreve cenas de atos sexuais. Três estados, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná teriam recolhido o livro das escolas públicas com a alegação de que ele contem linguagem imprópria.
Esse cenário de censura a livros também avança nos Estados Unidos. De acordo com a Associação Americana de Bibliotecas, o banimento e contestação de livros em escolas aumentou 65% em 2023 no país, em comparação com os números de 2022, atingindo o nível mais alto já documentado. Mais de 4.200 títulos de livros foram alvos de censura, número maior que os dos dois anos anteriores somados.
Em uma postagem nas redes sociais, Jeferson Tenório disse que é curioso que os trechos do livro destacado pela diretora tenham causado mais incômodo do que o racismo, a violência policial e a morte de pessoas negras abordados na publicação. O escritor afirmou ainda que não é aceitável qualquer tipo de censura ou movimentos autoritários que prejudiquem estudantes de ler e refletir sobre a sociedade em que vivemos.
Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), uma das signatárias do manifesto internacional, afirmou que a censura de livros além de violar o direito à liberdade de expressão, previsto na Constituição brasileira, também prejudica o acesso ao conhecimento e a cultura.
O livro O avesso da Pele foi incluído no Programa Nacional do Livro Didático em 2021, por recomendação de professores, mestres e doutores que compõem o banco de avaliadores do Ministério da Educação. Ele foi adotado em centenas de escolas pelo Brasil. A publicação venceu o prêmio Jabuti de 2021, na categoria Romance Literário, e teve direitos de publicação vendidos para mais de 10 países.
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