Festa de Iemanjá acontece neste domingo em diversas cidades do país – @agenciabrasil
Os balaios com as oferendas de flores brancas para as festas de Iemanjá já começam a ser preparados em todo o país. A celebração afro-brasileira que saúda a Rainha do Mar acontece no já tradicional dia 2 de fevereiro, neste domingo, em diversas cidades brasileiras.
Patrimônio cultural imaterial de Salvador, Belo Horizonte e Fortaleza, a festa de Iemanjá completa 103 anos de tradição na capital baiana. A celebração, típica dos povos tradicionais de terreiro, faz parte do ciclo de festas populares que começa no início de dezembro e só acaba no carnaval. Milhares de turistas são esperados para a procissão marítima que acontece na praia do Rio Vermelho, quando as oferendas são jogadas ao mar, em Salvador.
A baiana Valéria Lima, de 39 anos, é uma das que cresceu honrando com fé e alegria o dia 2 de fevereiro. Filha de Iemanjá do terreiro Ilê Asè Jitolu, no bairro do Curuzu, a mestra em estudos étnicos e africanos explica a origem da festa em Salvador:
“A festa de Iemanjá começa com a tradição dos pescadores, né, e não necessariamente do povo de santo, pedindo a Iemanjá para que traga fartura. Era um momento de escassez. Então, a festa começa com esse propósito muito mais dos pescadores. Mas, assim como as outras festas populares da Bahia, ela vai ganhando outras conotações, né? Aí vêm os terreiros, que se unem, e se torna uma grande manifestação. Ela tem início e fim nas religiões de matriz africana. Iemanjá significa ‘mãe cujos filhos são peixes’. Ela é a rainha do mar, né, que é quem domina esse elemento água”.
Festas de Iemanjá, que também é conhecida como Odoyá, estão programadas também em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, em Natal, Fortaleza e São Luís do Maranhão.
Representante da Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras, Mãe Nonata da Oxum, do Terreiro Nossa Senhora da Vitória, tem 60 anos e, desde muito jovem, saúda com oferendas a orixá das águas salgadas nos mares de São Luís do Maranhão.
“Dentro dessa força espiritual que é a orixá, Iemanjá, para mim, é essa grande mãe-peixe. Eu não consigo falar de Iemanjá sem remetê-la a essa família. Ela nos traz, com tanta certeza, a sensação de que nós somos amados, protegidos e cuidados por uma ancestralidade real na nossa vida”.
Mãe Nonata estará junta a mais de 100 casas do Movimento dos Povos de Terreiro, no dia 15 de fevereiro, no festival “Iemanjá, Rainha do Mar”, que acontece na praia do Olho D´Água, na capital maranhense, para agradecer, festejar, combater o racismo religioso e celebrar a ancestralidade afro-brasileira.
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