Complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é reaberto para visitação – @agenciabrasil
A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré faz parte da história do Brasil e de Rondônia. E, a partir deste sábado (4), volta a receber visitantes em Porto Velho. Incialmente, apenas na primeira etapa do Complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, conhecida como “Ferrovia do Diabo”. Esse apelido foi dado por causa do número de mortos e dos desafios ligados à construção da ferrovia.
Nessa etapa, os visitantes poderão ir ao Museu que resgata a história da estrada de ferro. Em seu acervo, de pelo menos 300 itens, estão expostas centenas de fotografias, vídeos, elementos interativos e maquetes.
As áreas de exposição passarão a oferecer recursos de acessibilidade com alto relevo, braile, tradução em libras, audiodescrição. E algumas réplicas vão poder ser manuseadas por pessoas com deficiência visual.
A estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi desativada em 1972 e teve suas obras de execução feitas em etapas entre os anos de 1907 e 1912.
São 366 km que cortam a floresta amazônica ligando Porto Velho a Guajará-Mirim, duas cidades que foram fundadas por causa da estrada de ferro.
A Madeira Mamoré teve grande importância para economia no chamado ciclo da borracha, quando empresas inglesas e dos Estados Unidos investiram seu capital no Brasil para o controle da extração em todo o vale amazônico, como explica o professor de história e geografia, Luciano França.
“Nessa época, o Brasil, a Amazônia, ela produzia cerca de 40 mil toneladas de borracha, cerca de 90% do que era a produção de borracha mundial naquele momento. Então, o investimento de se construir uma ferrovia no meio da Amazônia, num contexto de insalubridade muito grande, era muito vantajoso do ponto de vista econômico, para aquela época pra escoar este látex, vindo tanto da Bolívia, quanto aqui dos seringais amazônicos no que hoje conhecemos como o estado de Rondônia e também uma parte ali do estado do Acre”.
Luciano costuma levar seus alunos para aulas de campo no Complexo e falou da importância do Museu como ferramenta de educação.
“Esse contexto da borracha tem muito a ver com a vinda dos nordestinos aqui pra Amazônia, resgata um sentimento de pertencimento para o rondoniense de uma epopeia, de uma grandiosidade, que é a construção da madeira Mamoré”.
As visitas ao Complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré são gratuitas, mas precisam ser agendadas pelo site ou aplicativo Sympla.
* Com produção de Dayana Vitor
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